Platão
afirma haver dois mundos diferentes e separados: o mundo sensível, dos
fenômenos e acessível aos sentidos; e o mundo das idéias gerais (inteligível),
"das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela
depuração dos enganos dos sentidos".
O Mundo sensível é aquele que podemos perceber ao nosso
redor, com os cinco sentidos. O outro é o mundo das idéias, onde tudo é
perfeito e imutável. Não podemos tocá-lo, ele não é concreto. Só o pensamento
pode nos levar até lá. Platão acreditava que o mundo que conhecemos não é o
verdadeiro. Para ele, a realidade não estava no que podemos ver, tocar, ouvir,
perceber. A verdade, para ele, é o que não se modifica nunca, o
que é permanente, eterno.
Dentro do conhecimento sensível existem
dois níveis: o inferior e o superior. No nível inferior encontram-se
os fenômenos, as imagens refletidas. Sobre este conhecimento só é possível
fazer conjecturas. O nível superior é composto pelos objetos fabricados pelo
homem, os seres vivos e plantas. Este segundo grau do sensível não é de saber
definitivo, mas faz parte do domínio da crença. Este conhecimento sensível
representa o falso saber, simbolizado pelo conhecimento que os prisioneiros da
caverna possuem.
No
conhecimento inteligível Platão
considera também dois níveis: o inferior e o superior. O grau inferior do
conhecimento inteligível corresponde ao conhecimento discursivo, cujos objetos
são as hipóteses e formas matemáticas. O grau superior do conhecimento
inteligível é a intuição intelectual, a qual tem por objeto os seres
inteligíveis superiores, as ideias. Para Platão é com o conhecimento
inteligível que entramos no domínio do saber
Para Platão, na busca por uma vida que anule ao máximo os sentidos, seguindo as trilhas de seu mestre (Sócrates), propõe nos Diálogos, especialmente na República, que a verdade pode estar no enunciado, na linguagem, mais do que isso, é preciso muito diálogo para encontrá-la. Faz parte da visão platônica de verdade que devemos desconfiar daquilo que aparece, ou mais ainda, o mais importante pode e quase sempre está para além do que estamos vendo ou percebendo. O conceito de EIDOS (ideia), chamado mais convencionalmente de ‘mundo das ideais’, ou como no Diálogo Parmênides: Teoria das Formas, tem um propósito interessante. Afinal, a proposição na República de uma espécie de teoria da iluminação, podendo ser entendida, inclusive, como inatíssimo, vai alimentar todo o pensamento medieval e, de modo especial, Plotino, Santo Agostinho e outros filósofos.
ResponderExcluirPara explicar melhor sua nova teoria, Platão cria no livro VII da República o mito da Caverna, no qual imagina uma caverna onde estão os homens acorrentados desde a infância, de tal forma que não podem se voltar para a entrada e apenas enxergam uma parede ao fundo. Ali são projetadas sombras das coisas que se passam às suas costas, onde há uma fogueira.
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