quarta-feira, 9 de maio de 2012

Teoria dos dois mundos



Platão afirma haver dois mundos diferentes e separados: o mundo sensível, dos fenômenos e acessível aos sentidos; e o mundo das idéias gerais (inteligível), "das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos".
O Mundo sensível é aquele que podemos perceber ao nosso redor, com os cinco sentidos. O outro é o mundo das idéias, onde tudo é perfeito e imutável. Não podemos tocá-lo, ele não é concreto. Só o pensamento pode nos levar até lá. Platão acreditava que o mundo que conhecemos não é o verdadeiro. Para ele, a realidade não estava no que podemos ver, tocar, ouvir, perceber. A verdade, para ele, é o que não se modifica nunca, o que é permanente, eterno.
Dentro do conhecimento sensível existem dois níveis: o inferior e o superior. No nível inferior encontram-se os fenômenos, as imagens refletidas. Sobre este conhecimento só é possível fazer conjecturas. O nível superior é composto pelos objetos fabricados pelo homem, os seres vivos e plantas. Este segundo grau do sensível não é de saber definitivo, mas faz parte do domínio da crença. Este conhecimento sensível representa o falso saber, simbolizado pelo conhecimento que os prisioneiros da caverna possuem.
No conhecimento inteligível Platão considera também dois níveis: o inferior e o superior. O grau inferior do conhecimento inteligível corresponde ao conhecimento discursivo, cujos objetos são as hipóteses e formas matemáticas. O grau superior do conhecimento inteligível é a intuição intelectual, a qual tem por objeto os seres inteligíveis superiores, as ideias. Para Platão é com o conhecimento inteligível que entramos no domínio do saber

2 comentários:

  1. Para Platão, na busca por uma vida que anule ao máximo os sentidos, seguindo as trilhas de seu mestre (Sócrates), propõe nos Diálogos, especialmente na República, que a verdade pode estar no enunciado, na linguagem, mais do que isso, é preciso muito diálogo para encontrá-la. Faz parte da visão platônica de verdade que devemos desconfiar daquilo que aparece, ou mais ainda, o mais importante pode e quase sempre está para além do que estamos vendo ou percebendo. O conceito de EIDOS (ideia), chamado mais convencionalmente de ‘mundo das ideais’, ou como no Diálogo Parmênides: Teoria das Formas, tem um propósito interessante. Afinal, a proposição na República de uma espécie de teoria da iluminação, podendo ser entendida, inclusive, como inatíssimo, vai alimentar todo o pensamento medieval e, de modo especial, Plotino, Santo Agostinho e outros filósofos.

    ResponderExcluir
  2. Para explicar melhor sua nova teoria, Platão cria no livro VII da República o mito da Caverna, no qual imagina uma caverna onde estão os homens acorrentados desde a infância, de tal forma que não podem se voltar para a entrada e apenas enxergam uma parede ao fundo. Ali são projetadas sombras das coisas que se passam às suas costas, onde há uma fogueira.

    ResponderExcluir

ave

www2.pucpr.br/reol/index.php/DIALOGO?dd1=653&dd99=pdf