quarta-feira, 9 de maio de 2012

Filosofia da Educação


A filosofia da educação é caracterizada como uma atividade reflexiva, que tem como objeto as reflexões feitas sobre os vários aspectos do processo educacional. A teoria educacional é uma atividade reflexiva, que tem por objeto básico a realidade educacional e não reflexões que tenham sido feitas sobre esta realidade, estas reflexões servirão de subsídios ao teórico da educação para que este elabore suas próprias conclusões, mas ele tem, basicamente, que "debruçar-se sobre a realidade educacional", para entendê-la, explicá-la, criticá-la e propor sua reformulação.
É tarefa da filosofia da educação contribuir para a intencionalização da prática educacional, a partir de sua própria construção em ato, como presença atuante na sociedade. Intencionalizar a prática educacional é dar-lhe condições para que se realize como práxis, como ação pautada num sentido, como ação pensada, refletida, apoiada em significações construídas, explicitadas e assumidas pelos sujeitos envolvidos.
A filosofia da educação cumpre um papel fundamental dentro da escola, enquanto detentora do processo educativo. Em termos educacionais ela tem uma urgente e grandiosa missão a desempenhar em nossas escolas, a tarefa de atiçar o senso crítico nos que lidam com a educação, que implica a superação das concepções ingênuas e superficiais da realidade que os cercam.
Como dizia Paulo Freire, não é possível um compromisso verdadeiro com a realidade, e com os homens concretos que nelas e com elas estão se desta realidade e destes homens se tem uma visão ingênua. Não é possível um compromisso autêntico, se àquele que se julga comprometido à realidade se apresenta como algo dado estático e imutável. 
Em fim, a filosofia da educação, além de conduzir a educação para uma auto-reflexão, tem a função libertadora e dá à educação os meios necessários para fortalecimento, crescimento, desvendamento e construção do sentido da educação no contexto do sentido da existência humana, em sua totalidade, levando os educandos à autonomia, função evidente da educação.  Cabe a nos a tarefa de buscar novos paradigmas para uma compreensão mais adequada da realidade e para a renovação da educação.

Fonte: Filosofia da Educação (JARDIM, BORGES FREITAS at al, 2011)

Teoria dos dois mundos



Platão afirma haver dois mundos diferentes e separados: o mundo sensível, dos fenômenos e acessível aos sentidos; e o mundo das idéias gerais (inteligível), "das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos".
O Mundo sensível é aquele que podemos perceber ao nosso redor, com os cinco sentidos. O outro é o mundo das idéias, onde tudo é perfeito e imutável. Não podemos tocá-lo, ele não é concreto. Só o pensamento pode nos levar até lá. Platão acreditava que o mundo que conhecemos não é o verdadeiro. Para ele, a realidade não estava no que podemos ver, tocar, ouvir, perceber. A verdade, para ele, é o que não se modifica nunca, o que é permanente, eterno.
Dentro do conhecimento sensível existem dois níveis: o inferior e o superior. No nível inferior encontram-se os fenômenos, as imagens refletidas. Sobre este conhecimento só é possível fazer conjecturas. O nível superior é composto pelos objetos fabricados pelo homem, os seres vivos e plantas. Este segundo grau do sensível não é de saber definitivo, mas faz parte do domínio da crença. Este conhecimento sensível representa o falso saber, simbolizado pelo conhecimento que os prisioneiros da caverna possuem.
No conhecimento inteligível Platão considera também dois níveis: o inferior e o superior. O grau inferior do conhecimento inteligível corresponde ao conhecimento discursivo, cujos objetos são as hipóteses e formas matemáticas. O grau superior do conhecimento inteligível é a intuição intelectual, a qual tem por objeto os seres inteligíveis superiores, as ideias. Para Platão é com o conhecimento inteligível que entramos no domínio do saber

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Teoria da “Maiêutica”


Na filosofia socrática, maiêutica é a arte de fazer chegar à verdade e as evidências. Na maiêutica, dá à luz um novo conhecimento, um aprofundamento que não chega ao conhecimento absoluto. Sócrates comparava frequentemente este método com a profissão da mãe: era possível trazer a verdade à luz. Assim, ele voltava-se para os outros, quer fossem adolescentes, militares ou sofistas consagrados como Protágoras e Górgias, e interrogava-os a respeito de assuntos que eles julgavam saber. O seu sentido de humor confundia os seus interlocutores, que acabavam por confessar a sua ignorância, da qual Sócrates extraía sabedoria.
Sócrates utilizava um discurso caracterizado pela maiêutica (levar ou induzir uma pessoa, por ela própria, ou seja, por seu próprio raciocínio, ao conhecimento ou à solução de sua dúvida) e pela ironia, levava o seu interlocutor a entrar em contradição, tentando depois levá-lo a chegar à conclusão de que o seu conhecimento é limitado.
O filósofo busca o conhecimento através de questões que revelam uma dupla face – a ironia e a maiêutica. Através da ironia, o saber sensível e o dogmático se tornam indistintos. Sócrates dava início a um diálogo com perguntas ao seu ouvinte, que as respondia através de sua própria maneira de pensar, a qual ele parecia aceitar. Posteriormente, porém, ele procurava convencê-lo da esterilidade de suas reflexões, de suas contradições, levando-o a admitir seu equívoco.

Método “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade.


Como base no material didático o método pedagogizador é um modelo de educação baseado na perspectiva da razão instrumental que se resume a instruir, reproduzir um tipo de conhecimento que não é relevante para as reais necessidades do aluno, mas sim para atender a uma sociedade mercadológica e tecnocrática. Ou seja, é um modelo educacional que conduz o aluno como um objeto a ser conhecido e treinado para atender as exigências do mercado.

O método pedagogizador tem sido muito criticado por teórico da educação. Segundo estudiosos do assunto para reverter o modelo de educação pautada pelo estilo pedagogizador, é preciso compreender a educação dentro da sociedade e desenvolver alternativas pedagógicas que venha orientar uma ação educacional para o despertar crítico, reflexivo e independente do aluno.

Embora Habermas não tenha elaborado uma filosofia da educação, pode-se identificar em seu pensamento uma visão a respeito da educação.  Os teóricos da educação acreditam que uma prática pedagógica associada à teoria da ação comunicativa proposta por Habermas pode contribuir para um pensar crítico em prol de uma educação voltada para a formação do sujeito emancipado, sensível e ético.

Teoria da ação comunicativa concebe o espaço da escola como o lugar de exercitar a intersubjetividade entre aluno/professor/escola/família e comunidade, com o intuito de discutir os rumos da sociedade. O indivíduo como sujeito e ator social, poderão refletir sobre os problemas da sociedade, interpretar, participar, dialogar e lutar por interesses comuns.

Neste sentido, pode-se concluir que o modelo de educação calcado na intersubjetividade é mais apto para a construção de pessoas realmente esclarecidas, criativas e autônomas, uma vez que, uma educação guiada pela intersubjetividade tem em vista a valorização social, política, econômica e ética. Assim, a prática da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “pedagogizador” ao tornar indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos conhecimentos, à luz das normas sociais legítimas, tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica.


Fonte: Filosofia da Educação (JARDIM, BORGES FREITAS at al, 2011)


Filosofia moderna

Filosofia Moderna é toda a filosofia que se desenvolveu durante os séculos XV, XVI, XVII, XVIII, XIX; começando pelo Renascimento e se estendendo até meados do século XX, mas a filosofia desenvolvida dentro desse período está fragmentada em vários subtópicos, e escolas de diferentes períodos, tais como:
         Filosofia da Renascença
         Filosofia do século XVII
         Filosofia do século XVIII
         Filosofia do século XIX

Filosofia da Renascença

A filosofia da Renascença justapondo-se à Reforma e à primeira era moderna. Entre os elementos característicos da Renascença filosófica são: a revivificação (Renascença significa "renascimento") da civilização clássica e da educação; um regresso parcial à autoridade de Platão substituindo a de Aristóteles, que havia dominado a filosofia medieval; e, entre alguns filósofos, o entusiasmo pelo oculto e Hermetismo.

Filosofia do Século XVII - Idade da Razão

A filosofia do século XVII no Ocidente é considerada como ponto de partida para a filosofia moderna, e como libertação do enfoque medieval, especialmente da escolástica. A comumente chamada de "Idade da Razão". Os Racionalistas admitiam que, em princípio (embora não na prática), todo o conhecimento pode ser adquirido, apenas, pelo poder da nossa razão; os Empiristas rejeitaram isto, acreditando que todo o conhecimento procede da experiência através dos sentidos, Assim os Racionalistas tomaram a matemática como o seu modelo do conhecimento, e os Empiristas, a física.

Filosofia do Século  XVIII - Iluminismo

O Iluminismo refere-se mais estreitamente ao movimento intelectual que situou a Razão como instrumento para a elaboração de um sistema consistente sobre estética, ética, governo, e lógica, permitindo aos filósofos obter conhecimentos objetivos sobre o universo. Os pensadores do Iluminismo argumentaram que a mesma espécie de pensamento sistemático poderia ser aplicado a todas as formas de atividade humana. 
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filosofia do Século XIX - Romantismo 

Os trabalhos significativos de filósofos como Immanuel Kant e Jean-Jacque Rousseau influenciaram a nova geração de pensadores. O movimento conhecido como o Romantismo procurou combinar a racionalidade formal do passado, com um maior e mais imediato sentido emocional e orgânico do mundo. As idéias-chave que estimularam esta modificação foram a evolução. 
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Filosofia do Século XX

O século XX trouxe consigo revoluções que acarretaram uma série de contraditórias alterações na base de conhecimentos e na validade de vários absolutos da própria filosofia. Com a demolição do pensamento clássico de certezas inquestionáveis e com novos problemas sociais, econômicos, científicos, éticos, e lógicos, a filosofia do século XX viu-se obrigada, em várias tentativas, a reformar, preservar, alterar, abolir, os limites previamente concebidos.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Racionalismo, Empirismo e Criticismo

Racionalismo
O Racionalismo é uma doutrina que atribui à Razão humana a capacidade exclusiva de conhecer e de estabelecer a verdade.O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento a priori, ou seja, conhecimentos que não vêm da experiência e são elaborados somente pela razão. Para o racionalismo a razão é a fonte principal do conhecimento.
Entre os filósofos que assumiram uma perspectiva racionalista do conhecimento, destaca-se  René Descartes, sua filosofia segue a mesma que Platão e Sócrates, ter a razão como instrumento fundamental de conhecimento.

Empirismo
Para o empirismo a experiência é a fonte de todo o conhecimento, mas também o seu limite. Os empiristas negam a existência de ideias inatas, como defendiam Platão e Descartes. 
Os empiristas reservam para a razão a função de uma mera organização de dados da experiência sensível, sendo as ideias ou conceitos da razão simples cópias ou combinações de  dados provenientes da experiência. 
Entre os filosófos que assumiram uma perspectiva empirista destacam-se John Locke e David Hume 
Locke afirma que o conhecimento começa do particular para o geral, das impressões sensoriais para a razão. A mente humana é como uma “tábua rasa” que por meio da experiência intermediada pelos sentidos vão sendo geradas as ideias. Não há ideias nem princípios inatos. Nenhum ser humano por mais genial que seja é capaz de construir ou inventar ideias, e nem sequer é capaz de destruir as que existem.
Para Hume as ideias são resultados de uma reflexão das impressões (sensações) recebidas das experiências sensíveis. A imaginação permite-nos associar ideias simples entre si para formar ideias complexas. Qualquer ideia tem assim origem em impressões sensoriais. As impressões não nos dão a realidade, mas são a própria realidade. Por isso podemos dizer que as mesmas são verdadeiras ou falsas. As ideias só são verdadeiras se procederam de impressões. Neste sentido, todas aquelas que não correspondam a impressões sensíveis são falsas ou meras ficções, como é o caso das ideias de "substância espírito", "causalidade", pois não correspondem a algo que exista.



Criticismo

     Kant (1724-1804). Todo o conhecimento inicia-se com a experiência, mas este é organizado pelas estruturas a priori do sujeito. Segundo Kant  o conhecimento é a síntese do dado na nossa sensibilidade (fenômeno) e daquilo que o nosso entendimento produz por si (conceitos). O conhecimento nunca é pois, o conhecimento das coisas "em si", mas das coisas "em nós". 



Para Kant, a dualidade "Racionalismo - Empirismo" é superada por uma harmonia entre os sentidos e a razão. 



ave

www2.pucpr.br/reol/index.php/DIALOGO?dd1=653&dd99=pdf